Presença da cultura e dos autores brasileiros deve aumentar na Argentina até 2014, com a homenagem à cidade de São Paulo na Feira do Livro de Buenos Aires
“Não surpreende que seja precisamente Silviano Santiago o primeiro intelectual latino-americano que se dispôs a comparar e a contrastar – a pensar em conjunto – um ensaio de interpretação do Brasil e outro do México”, destaca a editora Corregidor na apresentação do livro de Silviano Santiago que acaba de publicar, Las raíces y el laberinto de América Latina, com tradução e prólogo de Mónica González García. A obra – dedicada ao romancista Autran Dourado – realiza uma análise cruzada dos clássicos Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, e O labirinto da solidão, de Octavio Paz. Não causa surpresa que seja Santiago, pois, conforme destaca o texto de apresentação, desde os seus primeiros escritos o autor se preocupa em conectar o pensamento brasileiro como parte integrante da América Latina. Romances como Stella Manhattan e Em liberdade, igualmente publicados pela Corregidor, também trazem elementos dessa questão.
Silviano Santiago contribui no outro livro recém-lançado pela Corregidor, o romance La ciudad sitiada, de Clarice Lispector, ao assinar um texto crítico sobre a obra. A edição conta ainda com texto crítico do americano Benjamin Moser, biógrafo de Clarice. Ambos os livros, o de Silviano e o de Clarice, foram editados com o apoio da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e compõem a coleção Vereda Brasil da editora. Uma das coordenadoras é Florência Garramuño, tradutora e autora do prólogo do romance La ciudad sitiada. Na página da editora dedicada a Clarice, lê-se que Vereda Brasil é a coleção “mais importante da Argentina (e da América Latina) dedicada a autores clássicos e contemporâneos da literatura brasileira”.
Espera-se que a presença da literatura brasileira venha a ter ainda mais destaque na Argentina até 2014, quando a cidade de São Paulo será homenageada na Feira do Livro de Buenos Aires. Gustavo Pacheco, chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil em Buenos Aires, assina artigo a respeito, apresentando a cultura da cidade, nesta sexta-feira no jornal portenho La Nacion.
No México, a editora Elephas também acaba de lançar obras de dois brasileiros: El hijo eterno, de Cristovão Tezza, com tradução María Teresa Atrián Pineda, e El mundo enemigo – Inferno provisorio II, de Luiz Ruffato, com tradução de María Cristina Hernández Escobar. As duas edições receberam apoio da FBN.